MARIA NO CONCÍLIO VATICANO II
Dom
Antônio Affonso de Miranda SDN
No
mês de maio, dedicado pela devoção popular a uma particular veneração de Nossa
Senhora, é importante recordar o lugar que ela ocupa na exposição doutrinária
do Concílio Vaticano II.
Para
muitas pessoas talvez possa parecer que a Virgem Maria foi esquecida pelo
Concílio. A maioria dos católicos, lastimavelmente, jamais leu qualquer dos
documentos tão ricos e importantes promulgados por aquela assembléia de Bispos
do mundo inteiro, convocada pelo saudoso Pontífice João XXIII, há 50 anos
passados.
Nossa
Senhora foi objeto do importante capítulo VIIIº da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. Este
capítulo traz por título: “A Bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério
de Cristo e da Igreja”.
Pode-se
dizer que este capítulo abre diante de nossos olhos e de nossos corações um
magnífico tratado de Mariologia. Quem o lê e medita toma conhecimento de tudo o
que se deve saber, à luz da fé, sobre a Mãe de Deus.
Nossa
Senhora – mostra-nos o Concílio – está intimamente relacionada com Cristo e com
a Igreja. Por isso, também, intimamente relacionada com a nossa salvação.
Relacionada
com Cristo, como nos lembra o Concílio: “Deus benigníssimo e sapientíssimo,
querendo realizar a Redenção do mundo, “quando veio a plenitude dos tempos,
enviou seu Filho, feito da mulher...para que recebêssemos a adoção de filhos”
(Gal 4, 4-5). Esta mulher é Maria, dita, por isso, “Mãe de Deus e de nosso
Senhor Jesus Cristo.”(LG n. 53)
Relacionada
também com a Igreja: “porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem
os filhos que são membros da Cabeça que é Cristo.” (LG n.54)
“Por
isso, o Sacrossanto Sínodo, ao expor a doutrina sobre a Igreja, na qual o
divino Redentor opera a salvação, quer esclarecer com empenho tanto a missão da
Bem-aventurada Virgem Maria no mistério do Verbo Encarnado e do Corpo Místico,
como os deveres dos homens remidos para com a Mãe de Deus, mãe de Cristo e mãe
dos homens, mormente dos fiéis.”(LG n.
54)
Foi
tudo isto – o essencial da doutrina sobre Nossa Senhora – que o Concílio
Vaticano II expôs sobre Maria.
Uma
visão panorâmica, ampla, profunda, que nenhum cristão católico (e oxalá também
os cristãos separados) pode deixar de ler, no capítulo VIII da Constituição
dogmática Lumen Gentium.
O
Concílio Vaticano II não podia deixar de expor a doutrina sobre a Mãe de Jesus.
E a expôs com clareza, mostrando as suas relações com Cristo e a Igreja.
É
muito importante que todos os católicos leiam, e principalmente os Sacerdotes,
neste mês de maio, dedicado pela devoção popular a Nossa Senhora, o referido
capítulo VIII de Lumen Gentium.