quinta-feira, 12 de julho de 2012

DE ROSÁRIO NAS MÃOS

Dom Antônio Affonso de Miranda S.D.N.


Da Academia Taubateana de Letras
De Rosário nas mãos vi minha mãe muitas vezes rezando. Seu nome era Maria das Dores.Aprendeu de sua mãe que se devia rezar o terço de Nossa Senhora todos os dias. Várias vezes, ao cair da tarde, tomava-me pela mão e íamos à igreja. Íamos direto à Capela do Santíssimo. E ali ela se punha a rezar.
De Terço na mão, antes de dormir, todos rezávamos os louvores da Mãe de Jesus, antes do último lanche da noite: café com leite e rosquinhas que ela mesma fazia. A família toda - papai, mamãe, nós meninos e meninas - tínhamos o Rosário na mão, para as derradeiras preces do dia.
De Rosário na mão foi que ela me deu à luz, sozinha, sem parteira, sem ninguém que a assistisse. Ela me contou isto várias vezes.
De Rosário na mão, ela entrou em agonia, vítima de um mal súbito, derrame ou enfarte. De Rosário na mão foi velada e foi sepultada.
Será que não voltará ressuscitada, no fim do mundo, para com o Rosário transpor os umbrais da eternidade?
Feliz mãe, que me deixou este edificante exemplo, pois todas as noites tenho o Rosário nas mãos, para rezar minhas últimas preces.
Desejo que me sepultem com o Rosário nas mãos, pois ressuscitarei, trazendo nas mãos esta chave, que abre as portas do céu, acredito. Se São Pedro tardar em encontrar as suas, para minha acolhida na mansão celestial, Nossa Senhor se apressará em vir abrir-me as portas, porque sou seu filho e a ela consagrado para sempre.
De Rosário na mão devemos estar todos quantos somos cristãos e devotos de Maria Santíssima, para em coro cantar os seus louvores de Mãe de Deus.
Nenhum dia deixemos de recitar o prodigioso Terço, que nos foi colocado nas mãos, desde crianças, por nossas mães e catequistas.
Ah, já sei, estamos em novos tempos, e num mundo diferente, consumista, gozador, que não se importa mais com rezas e devoções! Eu sou um velho Bispo, da velha estirpe de nossos antepassados, que rezavam, porque se sentiam filhos de Deus. E filhos da Mãe de Deus também. E não posso deixar de ensinar a toda gente, neste mundo consumista e materializado, que o valor maior não é a matéria. Não é o que se ganha em dinheiro, nem o que se ajunta na terra para depois deixar na hora da morte. O valor maior é o que set poderá levar para o céu.
Muitas pessoas, a maioria delas,

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